Recentemente, realizei um pequeno feitiço e, como de costume, registrei minhas ações e impressões em meu diário mágico. Naquele dia, surgiu em mim uma curiosidade sobre o que havia escrito anteriormente naquele livro. Fui até a primeira página e comecei a ler. No início, me parecia um livro desconhecido que eu estava explorando, mas aos poucos as palavras se tornaram familiares, e pude perceber ali uma parte de mim, uma Gabi que não existe mais, mas que foi fundamental para me trazer até aqui. Como numa corrida de revezamento, aquela Gabi ficou para trás, mas foi essencial para o progresso da equipe.
Reler meu próprio diário após tantos anos me trouxe uma nostálgica sensação de conforto. Pude rir das minhas próprias palavras e responder facilmente às dúvidas que havia deixado registradas ali. Consegui perceber uma imensa diferença tanto na minha postura quanto no meu estilo de escrita, mas principalmente nas minhas práticas.
Também fiz uma análise do quanto escrevi em cada ano e pude identificar os momentos da minha vida em que estive mais inspirada ou conectada com a magia. Ficou muito clara a força pendular que eu costumo ter sobre minhas práticas. Num ano, mal realizei magias, e no período seguinte, minha criatividade e disciplina estavam trabalhando a todo vapor. Isso me mostrou que não preciso entrar em desespero sempre que me sentir “desconectada”. É apenas uma fase, como todas as outras.
Me lembro de que, quando comecei a escrever naquele diário, minha intenção era registrar magias que já havia realizado, mas descobri que gosto muito de escrever e, sem querer, incluí ali mais do que feitiços e rituais. Tornei meu diário mágico uma prova da expressão da minha mente a cada ano. Posso certamente chamar esse diário de cápsula do tempo.
Gosto da ideia de ter meu crescimento pessoal e mágico manifestado em palavras. Gosto também de saber que o que escrevo hoje pode ser lido daqui a dez anos e me ajudar a chegar novamente a conclusões que havia esquecido.
Descobrir minha cápsula do tempo me fez muito bem e me trouxe ainda mais motivação para novas magias. Por isso, deixo aqui minha sugestão para que você crie a sua também, se ainda não tiver feito.
Registre seus feitiços, ideias, poesias, músicas, afirmações ou até mensagens de autocorreção. Se gostar, pode até incluir fotos, flores secas, símbolos, desenhos e objetos que o ajudem na associação com sua magia.
Transforme este diário num espaço seu, onde apenas o seu eu do futuro terá acesso, podendo redescobrir sua forma de pensar neste momento. E sempre que desejar se reconectar com sua própria essência, acesse sua cápsula do tempo e sinta o poder que você mesmo depositou nela.